quarta-feira, julho 18, 2007

Recém

Um dinossauro nasce dentro do copo
duzentas pessoas fritam dentro do avião
lágrimas incineram-se a mil graus
chove garota tempesteia empesteia o ar
um gelo dissolve-se no malte
um coágulo dissolve-se na artéria
luz demais me cega dentro do carro
e eu não tenho mais argumentos
somente imagens cujo sentido ignoro
luzes dos semáforos escorrem no asfalto
e me pergunto onde falto
onde foi que arremeti minha miséria
se onde dei a seiva tenho a fumaça
asfixiando as gargantas dentro do avião
crescendo os pulmões do dinossauro
acalentado pela chuva fria
seu urro de recém-nascido nascituro